Novo lançamento do Grupo GeoLinTerm

“A Geossociolinguística, como temos denominado os estudos linguísticos desenvolvidos no laboratório de linguagem da Universidade Federal do Pará, desde 1996, sempre buscou contemplar as mais diversas áreas da linguística (embora quase sempre trabalhando com o que poderíamos chamar de linguística aplicada)[1]. Assim, têm sido desenvolvidos trabalhos em vários campos, como terminologia, fraseologia, geolinguística, sociolinguística variacionista, ensino e aprendizagem de língua, descrição e documentação de língua, contato linguístico, línguas de sinais, criação de banco de dados, linguística computacional (como por exemplo, a criação do primeiro atlas linguístico sonoro do Brasil, o ALISPA 1.1, em 2004). Ultimamente temos procurado agrupar esses estudos em três dimensões que temos tratado como três linguísticas: a linguística-I (linguística interna), que está focada na estrutura da língua, na análise de aspectos sincrônicos ou diacrônicos (a partir das teorias de língua, como o estruturalismo tradicional, o formalismo gerativo, o funcionalismo); a linguística-II (linguística externa), que tem como foco os aspectos antropogeográficos da língua (as relações entre língua e sociedade), portanto diz respeito a questões de políticas linguísticas, ensino de língua, língua e inclusão social, ecolinguística etc.; e a linguística-III (linguística interna, externa e tecnologia), que envolve os estudos em linguística computacional ou engenharia da linguagem, estatística linguística, linguística de corpus, inteligência artificial etc. […].

Desde 2003, temos organizado, de tempo em tempo, uma publicação reunindo alguns dos principais trabalhos de pesquisa realizados no âmbito da Geossociolinguística. O primeiro livro teve o título de Estudos Geo-sociolinguísticos no Estado do Pará (2003), com o termo Geossociolinguística ainda grafado com hífen. Em 2014, foram publicados dois volumes: Estudos II: Geossociolinguística no Estado do Pará, e Estudos Sociodialetais do Português Brasileiro, em que “geossociolinguísticos” foi substituído por “sociodialetais” (numa demonstração de ingênua submissão ao discurso alheio![2]). Em 2017, foi publicado Estudos Geossociolinguísticos do Português Brasileiro, recuperando o título original; e em 2020, quando foi publicado o último volume, repetimos o mesmo título anterior e acrescentamos volume 2.

Neste presente volume, o título sofreu mais uma alteração, pois foi retirado “do Português Brasileiro”, ficando apenas Estudos Geossociolinguísticos acompanhado do subtítulo edição comemorativa de 25 anos. Essa alteração se deveu ao fato de que o presente volume traz também estudos de outras línguas, e não somente do português brasileiro. […].

A presente coletânea reúne textos de pesquisadores de várias universidades brasileiras e do exterior (Espanha, França, Itália, México).  Ao todo, apresentamos à comunidade acadêmica e aos demais interessados 12 artigos, sendo os seis primeiros sobre variação lexical, os quais são seguidos de um texto que versa sobre a variação morfossintática e outro sobre a variação fonética. Seguem esses temas dois textos sobre Línguas de Sinais de autoria de colegas de universidades estrangeiras. […].”

Ao desejar boa leitura, convidamos todos a comemorar conosco este produto, que representa, por tudo que vivemos neste momento, um esforço de resistência da educação e da ciência.”

Alcides Lima

Abdelhak Razky

Marilucia Oliveira


[1] Para mais informação, consultar por exemplo LIMA, A. F. de; OLIVEIRA, M. B. de; RAZKY, A. 20 anos de ALiB no Norte do Brasil. In: CARDOSO, S. et al. (Orgs.). Documentos 7: ALiB – 20 anos de história. Salvador: Quarteto, 2017. p. 39-47.

[2] Nesse volume, estávamos ampliando as nossas fronteiras de atuação, do estado do Pará para o Brasil.

Abdelhak Razky

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