Dissertações 2012

ESTUDOS GEOSSOCIOLINGUÍSTICOS DO DITONGO /EI/ NAS CAPITAIS DO NORTE NORDESTE DO BRASIL
Williane Brasil dos Santos

O presente trabalho consiste em um estudo sobre a realização variável do ditongo /ej/ nas capitais da região Norte, a saber: Belém, Boa Vista, Macapá, Manaus, Porto Velho e Rio Branco. Desenvolvemos uma pesquisa que tem como objetivo mapear esse ditongo a partir dos pressupostos teórico-metodológicos da Geolinguística (CARDOSO, 2010) e da Sociolinguística Variacionista (LABOV, 2008). Realizamos, portanto, uma pesquisa geossociolinguística. O corpus que levantamos foi constituído por 48 informantes estratificados por faixa etária, sexo, escolaridade e localização geográfica. A partir do Questionário Fonético-Fonológico (QFF) e do Questionário Semântico-Lexical, aplicados pela equipe do Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), retiramos 2057 ocorrências do ditongo /ej/, sendo 1502 da variante [e] e 555 da variante [ej]. Todas estas ocorrências foram submetidas ao programa estatístico Varbrul que nos forneceu pesos relativos por meio dos quais verificamos os fatores favorecedores à aplicação da regra de monotongação. Com base na análise probabilística, constatamos que há uma significativa realização da monotongação no falar do Norte do país, além disso, os fatores não linguísticos se mostraram mais relevantes do que os fatores linguísticos. Para expor os resultados aos quais chegamos, elaboramos dezoito cartas que contemplam os itens lexicais mais produtivos em termos de variação e mais três cartas gerais que contemplam a variação do fenômeno nas dimensões diatópica, diagenérica e diageracional.

Palavra chave:

Link: acesse

Estudo geossociolinguístico da variação lexical na zona rural do estado do Pará
Regis José da Cunha Guedes

Este estudo tem por objetivo principal mapear uma parcela do corpus coletado por pesquisadores do projeto GeoLinTerm para a elaboração do Atlas Geossociolinguístico do Pará (ALIPA) no intento de projetar imagens prévias desse, no que se refere à variação lexical na zona rural do Estado. Para tanto, foram cartografados dados de doze municípios, sendo dois de cada uma das seis mesorregiões paraenses, quais sejam: Santarém e Oriximiná (Mesorregião do Baixo Amazonas); Anajás e Breves (Mesorregião do Marajó); Castanhal e Santo Antônio do Tauá (Mesorregião Metropolitana de Belém); Abaetetuba e Bragança (Mesorregião Nordeste); Altamira e Itaituba (Mesorregião Sudoeste); e Conceição do Araguaia e Redenção (Mesorregião Sudeste). Foram adotados os pressupostos teórico-metodológicos da Dialetologia e da Geografia Linguística, essas que, com o advento da Sociolinguística Labovina, passaram a controlar variantes sociais, como: sexo, idade, escolaridade dos informantes, além da variante geográfica tradicionalmente estudada, o que resultou no que se entende hoje por multidimensionalidade nos atlas linguísticos. Os dados foram selecionados, transcritos foneticamente, cartografados e discutidos. As análises foram realizadas no intuito de dar conta das dimensões diatópica, diagenérica e diageracional da variação ocorrida na fala dos informantes. Tratando as lexias cartografadas em cada carta lexical, foi realizado um levantamento do registro dessas lexias em dicionários de língua portuguesa e em outros estudos dialetológicos. Além disso, as variantes sociais são quantificadas em gráficos que demonstram as porcentagens de ocorrências das lexias mais recorrentes em cada carta. Como resultados obtivemos a produção de cinquenta cartas lexicais, dentre as quais, foram selecionadas as trinta mais produtivas do ponto de vista da variação lexical para serem apresentadas e discutidas neste trabalho. Observou-se que, em linhas gerais, se tomarmos o critério da predominância, os dados cartografados se organizam em agrupamentos lexicais de três tipos, formados a partir da distribuição geolinguística das lexias nos pontos de inquérito.

Palavra chave: Sociolinguística, Geografia linguística, Dialetologia, Variação lexical, Pará – Estado, Amazônia brasileira

Link: acesse

TERMINOLOGIA DA CARPINTARIA NAVAL DE ABAETETUBA/PA
Maria de Jesus Nascimento Quaresma

O trabalho que a seguir se apresenta tem como principal enfoque os termos utilizados pelos profissionais da carpintaria naval, desenvolvida em Abaetetuba/PA. Na elaboração do glossário, considerou-se um corpus proveniente do discurso oral de 20 construtores navais artesanais, no qual se buscou identificar a ocorrência de variantes terminológicas. Na extração das unidades terminológicas e a organização do glossário contou-se com o auxílio das ferramentas computacionais WordSmith Tools e Lexique Pro. O glossário apresenta 310 verbetes distribuídos em 04 campos semânticos, a saber: pré-fabricação, edificação, acabamento e produtos. A contemplação da temática justifica-se pelo fato de a carpintaria naval apresentar relevância socioeconômica para o município, assim como pela necessidade de organização e documentação dos termos provenientes desse domínio profissional. Os métodos da pesquisa seguiram os princípios da Socioterminologia, abordagem que considera o termo sob a perspectiva linguística da interação social. Assim, os postulados teórico-metodológicos da Socioterminologia sustentaram a descrição das unidades terminológicas e possibilitaram categorizar as variantes encontradas no corpus pesquisado, em lexicais morfológicas e sintáticas. Os dados linguísticos encontrados demonstraram que as unidades terminológicas da carpintaria naval são passíveis de variações e, portanto responsáveis por uma nova leitura da terminologia, uma vez que deixa de ser possível considerar o termo como uma unidade unívoca de significado. Neste sentido, com a elaboração deste trabalho buscam-se oferecer informações organizadas a pesquisadores, docentes e discentes, como também, aos interessados pelo léxico especializado da atividade profissional pesquisada.

Palavra chave:

Link: acesse

GLOSSÁRIO DA CERÂMICA ARTESANAL DO DISTRITO DE ICOARACI (BELÉM-PA)
Eliane Oliveira da Costa

O presente trabalho consiste em um estudo sobre a terminologia utilizada na produção de cerâmica artesanal no Distrito de Icoaraci (Belém/PA). Trata-se de uma pesquisa que teve como objetivo principal organizar, com base nos princípios teórico-metodológicos da Socioterminologia, conforme Gaudin (1993) e Faulstich (1990, 1995, 1996, 1998, 2009 e 2010), um glossário socioterminológico dessa atividade, a partir da delimitação de sete campos semânticos, a saber: extração da argila, beneficiamento, confecção da peça, queima, decoração, pintura e comercialização. A escolha desse tema justifica-se no âmbito do projeto Terminologia e Socioterminologia (SocioTerm), que busca descrever e documentar o léxico de atividades de grande importância social, cultural e econômica no Estado do Pará, o que contribui para o conhecimento e para a preservação do léxico do português paraense. A coleta de dados foi realizada in loco, sendo o corpus desta pesquisa constituído por 13 entrevistas feitas com os profissionais da cerâmica. O trabalho utilizou os softwares computacionais Transana (versão 2.12), WordSmith Tools (versão 5.0) e Lexique Pró (versão 3.5) no manuseio dos dados, tendo em vista o que cada um deles pode proporcionar a estudos desta natureza. O desenvolvimento desta pesquisa resultou num glossário composto por 463 entradas, sendo 324 termos e 139 variantes. Espera-se que ele seja útil à comunidade do Paracuri em geral e também aos pesquisadores de outras áreas do conhecimento que tomam o universo da cerâmica icoaraciense como campo de investigação.

Palavra chave:

Link: acesse

VARIAÇÃO DAS MÉDIAS PRETÔNCAS NA REGIÃO NORTE
Marcelo Pires Dias

A presente dissertação tem por objetivo descrever o comportamento das vogais médias pretônicas e com base no falar de informantes de seis capitais da região Norte do Brasil, a saber: Belém-PA, Manaus-AM, Rio Branco-AC, Macapá-AP, Porto Velho-RR e Boa Vista-RO. A pesquisa se justifica pela importância de se descrever a variedade do português brasileiro falado na Amazônia brasileira e por contribuir para descrição linguística do português brasileiro (PB). Foram usados dados dos questionários fonético-fonológico (QFF) e semântico-lexical (QSL), instrumentos de coleta dos dados do Atlas Linguístico do Brasil(ALiB). Os dados foram transcritos a partir do uso do Transcriber e, em seguida, submetidos ao uso do programa de regra variável Varbrul que forneceu os pesos relativos úteis para a análise e reflexão linguística variacionista. Os grupos de fatores instituídos para a descrição e análise linguística do comportamento das médias pretônicas foram os seguintes: natureza da vogal tônica, distância entre a vogal tônica e pretônica, segmento do onset da pretônica, segmento do onset da sílaba seguinte, sexo, escolaridade, faixa etária e procedência do informante. Foram encontradas as variantes [i], [e] e [ɛ] para variável . Para encontrou-se [u], [o] e [ɔ]. Os resultados apontam [e] e [o] como as variantes mais freqüentes no falar do Norte do país.

Palavra chave:

Link: acesse

VARIAÇÃO DAS OCLUSIVAS ALVEOLARES /T/ E /D/ NO FALAR PARAENSE
Cyntia de Sousa Godinho

O presente trabalho descreve e analisa a palatalização das oclusivas alveolares /t/ e /d/ seguidas de [i] no falar de 32 informantes paraenses, a partir de dados coletados pelo projeto ALiB – Atlas Linguístico do Brasil, Regional Norte, em oito cidades do Pará (Almeirim, Altamira, Belém, Bragança, Jacareacanga, Marabá, Óbidos e Soure). A análise dos dados foi fundamentada nos pressupostos teórico-metodológicos da Variação Linguística, de Labov (1972, 2008) e da sociolinguística quantitativa (GUY; ZILLES, 2007). Foram observados 1.539 contextos de /t/ e /d/ diante de [i], constantes dos questionários Fonético-Fonológico (QFF) e Semântico-Lexical (QSL), do ALiB, que, depois de codificados, foram submetidos a tratamento estatístico com o uso do programa de análise multivariada Goldvarb X, afim de determinar as variáveis linguísticas e extralinguísticas favorecedoras do processo. Os resultados demonstram que a palatalização das oclusivas alveolares é um fenômeno semicategórico no falar paraense, encontrando-se estável. A variável está ligada, principalmente, a fatores linguísticos e geográficos.

Palavra chave: Sociolinguística, Palatalização, Oclusivas alveolares, Variação linguística

Link: acesse

GLOSSÁRIO DA TERMINOLOGIA DO CORTE BOVINO EM MUNICÍPIOS DO PARÁ
Rejane Umbelina Garcez de Oliveira

Palavra chave:

Link: acesse