GeoLinTerm – 20 anos
O GeoLinTerm é um macroprojeto de pesquisa, voltado para a análise e documentação do português brasileiro na Região Norte, em especial no Pará, a partir de cinco eixos de investigação (ou subprojetos): (i) o Altas Geossociolinguístico do Pará (ALiPA); (ii) o Atlas Linguístico do Brasil – Regional Norte (ALiB-Norte); (iii) os Atlas Linguísticos Regionais do Norte do Brasil (ALiN); e (iv) Terminologia e Socioterminologia no Brasil (SocioTerm); (v) Mapeamento Geossociolinguístico do Português Falado em Áreas Indígenas nos Estados do Pará e Maranhão.
De 1996 (data de início do primeiro projeto – ALIPA) até hoje, o GeoLinTerm, cuja coordenação está sob responsabilidade dos professores Abdelhak Razky (Coordenador Geral), Marilucia Oliveira e Alcides Lima, vem promovendo importantes ações de pesquisa e extensão universitárias no âmbito da UFPA e seus Campi e vem apresentando produtos acadêmicos diversos com originalidade, inovação e relevância para o cenário científico brasileiro, a exemplo: do esforço e colaboração na coleta, análise e cartografia dos falares da região, cursos, capacitação de estudantes, seminários itinerantes, II CIDS (Congresso Internacional de Dialetologia e Sociolinguística), Sergel (Seminário Regional de Geossociolinguística), ALiSPA (Atlas Linguístico Sonoro do Pará), produção de glossários e dicionários (Fonte: Projeto GeoLinTerm).
Coordenadores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação ligados ao macroprojeto GeoLinTerm, vinculado ao Laboratório de Linguagem da Universidade Federal do Pará (UFPA), comemoraram os 20 anos do projeto, com um café da manhã, que ocorreu nesta terça-feira, 26, no Auditório Setorial Básico, Campus Guamá. O projeto, responsável pela junção de Geografia Linguística e Socioterminologia, é o pioneiro na produção do Atlas Linguístico do Pará (ALIPA), além de estar estritamente ligado à criação do Atlas Linguístico do Brasil, realizada por 16 universidades brasileiras.
O GeoLinTerm conta com a participação de 28 colaboradores, incluindo bolsistas de Iniciação Científica, orientando de mestrados e doutorados. O projeto contribui para a formação contínua dos alunos, que geralmente ingressam como bolsistas de Iniciação Científica e conseguem alcançar o doutorado. Atualmente, o projeto é considerado como o grupo de dialetologia sociolinguística mais importante do Norte do País.
Novas pesquisas – O projeto, que surgiu com a proposta de criar o Atlas Linguístico do Pará, foi intitulado ALIPA. Professora da Faculdade de Letras (FAL) da UFPA e uma das coordenadoras do projeto, Marilucia Oliveira, contou que, consequentemente à crescente expansão de pesquisas, o projeto precisou ser renomeado.
“O projeto cresceu muito, tanto que foi necessário nós rediscutirmos o nome, pois o ALIPA tinha em vista a construção do Atlas Linguístico do Pará, mas nós passamos a adotar diferentes frentes de pesquisa, não só a construção de atlas mas também, por exemplo, pesquisas sociolinguísticas que levam em consideração a força de variáveis sociais sobre os falares, assim como pesquisas na área de sociotecnologia, que estuda as variações terminológicas, e também passamos a fazer estudos de fonologia teórica e outros estudos mais”, revelou.
A proposta era renomear o projeto pra que ele incluísse todas as pesquisas que estavam sendo realizadas. O nome GeoLinTerm passou a ser usado a partir de 2014.
Criação – Após chegar ao Brasil, no final de 1995, o professor e principal idealizador do GeoLinTerm, Adbellak Razky, percebeu que havia lacunas quanto à produção de pesquisas no campo sociolinguístico no Pará. “Percebi que, na área de sociolinguística, havia poucos trabalhos e também verifiquei que, na área de investigação da língua no meio geográfico, não havia nada. Comecei a tecer alguns intercâmbios com a Bahia, onde participei de um evento em que conheci uma equipe que tinha acabado de lançar um projeto nacional e eles me aceitaram na participação desse projeto. Ao mesmo tempo em que participei, já tinha a ideia de um equivalente para o Pará”, lembra.
O projeto era o GeoLinTerm e teve início em 1996. Ao longo do tempo, foi responsável por mapear todo o território paraense por meio do ALIPA, com o objetivo de verificar as diversas pronúncias, assim como suas variações. “Depois, comecei a tecer intercâmbios aqui, no Norte, com o objetivo de fazer com que o Norte seja tão reconhecido quanto a Região Sul do país”, concluiu.
Texto e foto: Edielson Shinohara – Assessoria de Comunicação da UFPA