Dissertações 2015
Variação lexical nos dados do Projeto Atlas Geossociolinguístico do Amapá
Romário Duarte Sanches
Este trabalho objetiva descrever, mapear e analisar a variação lexical do português brasileiro falado no Amapá, com base nos dados do projeto Atlas Geossociolinguístico do Amapá (ALAP). A pesquisa segue os postulados teórico-metodológicos da dialetologia pluridimensional (THUN, 2000), numa abordagem geossociolinguística (RAZKY, 2003). Ressalta-se que os dados analisados aqui, sob a perspectiva geossocial, compõem o corpus do projeto Atlas Geossociolinguístico do Amapá (ALAP). Foram selecionados 10 pontos de inquéritos, sendo entrevistados quatro informantes por localidade. Os informantes se dividem em dois grupos que correspondem às variáveis sociais: sexo (masculino e feminino) e idade (18-30 anos e 50-75 anos). Para as entrevistas, foi aplicado o Questionário Semântico-Lexical do projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB).Por meio dos dados coletados e tratados, foram selecionados 15 itens lexicais referentes a seis campos semânticos. Consideraram-se três tipos de análise para os dados: espacial (geográfica), social (variáveis idade e sexo) e comparativa (dado lexicais do ALAP com o ALiB). Este último tipo de análise buscou comparar 11 itens lexicais do projeto ALAP com os dados publicados pelo projeto ALiB. Na análise espacial (geográfica), constatou-se que no Amapá há uma forte pluralidade lexical para designar um mesmo item lexical, no entanto, não há uma delimitação geográfica restrita à realização das variantes lexicais encontradas. Em relação à análise social, observou-se que a variável faixa etária tende a gerar mais variabilidade do que a variável sexo. Sobre a comparação com os dados do ALiB, ratifica-se que a maioria dos dados encontrados no ALAP se complementam e coincidem com os dados publicados pelo ALiB.
Palavra chave:Linguística, Língua portuguesa – Brasil, Sociolinguística, Gessociolinguística, Dialetologia, Variação lexical, Atlas Geossociolinguístico do Amapá (ALAP), Amapá – Estado
Link: acesseJogos e diversões infantis: um estudo geossociolinguístico na Região Norte do Brasil
Josevaldo Alves Ferreira
Esta dissertação tem como objetivo mapear e discutir a variação semântico lexical em seis estados da região norte do Brasil nas localidades pesquisadas pelo projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), para apontar áreas onde ocorrem itens lexicais comuns, comparar os resultados das cidades do interior dos estados pesquisados com as suas respectivas capitais, assim como o falar da região norte com a área do falar baiano resultado da tese de doutorado de Ribeiro (2012). Como aporte teórico e metodológico para a execução deste trabalho considerou-se a dialetologia pluridimensional, Thun (1998), além das contribuições feitas por pesquisadores da área da dialetologia como Cardoso (2010) e Razky (2013). A abordagem metodológica seguida foi a da geolinguística que permitiu que os resultados fossem apresentados por meio de cartas lexicais que mostram a variação geográfica dos itens pesquisados. Por se tratar de um trabalho pluridimensional, será observada, por meio de gráficos, além da variação diatópica, a variação no nível diastrático (faixa etária e sexo). Para a execução do trabalho foram utilizados os dados do projeto ALiB, coletados em vinte e três localidades distribuídas pelos estados do Pará, Amapá, Amazonas, Acre, Rondônia e Tocantins, entrevistando-se sujeitos de ambos os sexos, divididos em duas faixas etárias, dezoito a trinta anos, (primeira faixa etária) e cinquenta a sessenta e cinco anos de idade (segunda faixa etária). Para a obtenção dos dados foi aplicado o questionário semântico lexical do projeto ALiB, composto de 202 questões em 14 campos semânticos, dos quais se delimitou para esta pesquisa a área semântica Jogos e Diversões Infantis. Os resultados deste estudo demonstraram a ocorrência de pelo menos duas áreas geográficas que apresentam características lexicais comuns a cada uma em si, o nordeste e o sudeste da região norte. As capitais e as cidades interioranas apresentaram pouca diferença no campo lexical estudado. Como itens lexicais comuns à região norte que a diferenciam da área do falar baiano documentaram-se peteca, para designar bolinha de gude, baladeira, para estilingue, curica, para pipa sem vareta, só para citar alguns.
Palavra chave:Língua portuguesa – Variação linguística, Linguística, Sociolinguística, Geografia linguística, Dialetologia, Variação lexical, Projeto Atlas Linguístico do Brasil (ALiB), Jogos infantis, Região Norte
Link: acesseA variação diatópica no dicionário escolar
Brayna Conceição dos Santos Cardoso
Este trabalho apresenta resultados de um estudo sobre a variação diatópica no dicionário escolar. Como pressupostos teóricos, buscamos aporte na Lexicologia, Lexicografia e Geografia Linguística. O objetivo principal da pesquisa é analisar a questão da presença da variação diatópica em seis dicionários escolares de Língua Portuguesa correspondentes aos acervos 3 e 4, avaliados na última edição do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD/2012). A opção na análise da variação diatópica no dicionário escolar deve-se ao fato de imprimir uma visão que leva em consideração aspectos linguísticos, sociais e políticos de uso da língua. Para tanto, fizemos uso dos seguintes métodos: levantamento das marcas de uso que indicam variação diatópica nos dicionários escolares selecionados, com intuito de realizar análises que tomam como base os aspectos megaestruturais, macroestrurais e microestruturais dos dicionários; elaboração de uma ficha de avaliação para registro de dados acerca do tratamento da variação diatópica em cada dicionário escolar analisado e aplicação de um questionário a alunos e professores de escolas públicas e particulares, objetivando verificar atitudes quanto ao uso do dicionário escolar. A análise dos dados nos leva a concluir que a variação diatópica no dicionário escolar necessita de estudos que aproveitem os métodos da Geografia Linguística, visando a proporcionar maior fiabilidade às marcas de uso que os dicionários veiculam; construir um dicionário escolar baseado em usos; capacitar alunos e professores para explorarem o dicionário de forma produtiva no processo de ensino-aprendizagem.
Palavra chave:Linguística, Sociolinguística, Metalexicografia, Geografia linguística,Língua portuguesa – Variação, Dicionário escolar, Variação diatópica
Link: acesseTerminologia da Piscicultura
Josué Leonardo Santos de Souza Lisboa
O presente trabalho consiste na elaboração do glossário da terminologia da piscicultura, ramo da aquicultura, de cultivo de peixes, nos municípios de Belém, Peixe-Boi, São Miguel do Guamá e Igarapé-Açu, no estado do Pará. O corpus denominado de PisciTerm é constituído de entrevistas com piscicultores, técnicos, engenheiros da pesca, professores especialistas, estudantes e trabalhadores braçais do dia a dia das fazendas, laboratórios e estações de piscicultura. Assim sendo, o objeto de estudo é o léxico especializado e as variantes terminológicas linguísticas e de registro pertencentes à piscicultura. Têm-se, como ferramenta de auxílio para o levantamento, a análise, a edição, a organização e a distribuição dos verbetes, os programas computacionais WordSmith Tools (versão 5.0) e Lexique Pro (versão 3.6). A pesquisa está ancorada nos procedimentos teórico-metodológicos da socioterminologia estabelecidos por Gaudin (1993) e Faulstich (1995, 2001, 2010). O objetivo é documentar a linguagem técnica e as variantes orais dessa área do conhecimento humano, em expansão no Pará, no Brasil e no mundo, de grande relevância ambiental, econômica, nutricional e social, tornando-se uma importante ferramenta tanto para os profissionais da área, quanto para os demais profissionais, e a para todos os interessados pela terminologia da piscicultura. O glossário da piscicultura é composto por 359 verbetes, dentro os quais 212 termos e 147 variantes, delimitadas em três campos semânticos: reprodução induzida, engorda e comercialização.
Palavra chave: Aquicultura, Pará, Terminologia, Sociolíguistica
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