Minicursos

MC01: Metodologia da Pesquisa Geossociolinguística
Prof.ª Dr.ª Marcela Paim (UFBA)

O minicurso abordará o passo a passo da pesquisa geossociolinguística. Discorrerá sobre a importância dessa pesquisa para a descrição e a análise de fenômenos variáveis do português brasileiro e para o ensino de Língua Portuguesa com base em dados atualizados e sistematicamente recolhidos em todo o País. Serão apresentados resultados de análises realizadas pelo Projeto Atlas Linguístico do Brasil no âmbito do léxico, da fonologia e da morfossintaxe.

Palavras-chave: Geossociolinguística. Pesquisa. Variação.

MC02: A Análise Linguística Dialógica e suas Implicações no Ensino e na Aprendizagem da Língua Portuguesa
Prof.ª Dr.ª Márcia Cristina Greco Ohuschi (UFPA)

Este minicurso objetiva proporcionar reflexões sobre a prática de análise linguística, sob o viés dialógico, e suas implicações no ensino e na aprendizagem da Língua Portuguesa. Leva-se em consideração a necessidade de o professor compreender como o trabalho com a análise linguística pode ser desenvolvido, em sala de aula, a partir de uma abordagem valorativa, para que o aluno possa entender as axiologias sociais imbricadas na enunciação, tornando-se coautor criador de seu estilo próprio, a fim de operar com e sobre a língua, de forma consciente (POLATO, 2017; POLATO; MENEGASSI, 2017; MENDES-POLATO; MENEGASSI, 2017; MENDES-POLATO; MENEGASSI, 2018). A análise linguística de estatuto dialógico é caracterizada por Polato (2017), a partir das teorias do Círculo de Bakhtin, como uma perspectiva pedagógica que envolve aspectos linguístico-enunciativo-discursivos do enunciado em uma abordagem sociológica e valorativa da linguagem. Dessa forma, é imprescindível que o professor compreenda como os aspectos valorativos de constituição social do discurso, via abordagem dialógica, podem ser contemplados em atividades de análise linguística, em propostas que vislumbrem um discurso vivo, valorado, que implicam em formação crítica. Nesse sentido, o minicurso partirá de uma breve reflexão sobre o percurso epistemológico da análise linguística no Brasil. Em seguida, os participantes procederão com uma análise de atividades, conforme a reflexão realizada. Na sequência, será apresentada a concepção de análise linguística de estatuto dialógico, por meio de reflexão teórico-prática, com atividades de exemplificação. Posteriormente, sob orientação, os participantes, em grupos, construirão atividades de análise linguística dialógica, que serão apreciadas por todos, para discussão e reflexão.

Palavras-chave: Dialogismo. Análise linguística de estatuto dialógico. Ensino e aprendizagem. Língua Portuguesa.

MC03: Tratamento de Dados em Pesquisa Sociofonética: PRAAT na prática
Prof.ª Dr.ª Regina Célia Fernandes Cruz (UFPA/CNPq)
Me. Josivane do Carmo Campos Sousa (UFPA/PPGL)
(Cancelado)

O minicurso proposto tem como objetivo o ensino dos procedimentos metodológicos para desenvolver pesquisas em sociofonética usando como ferramenta de tratamento de dados e análise acústica o programa Praat. Este programa é bastante difundido e respeitado no meio científico por ser um programa de análise acústica da fala que permite realizar uma série de funções para manipular desde os segmentos até a melodia dos sons da fala. O conhecimento desse programa tem sido cada vez mais necessário para estudantes e pesquisadores que pretendem iniciar ou avançar no desenvolvimento de estudos acústicos de variedades linguísticas. Assim sendo, propõe-se o ensino do programa Praat por meio de atividades práticas de tratamento de dados que vão desde a segmentação dos sinais sonoros até a organização desses dados em planilhas do programa Excel para posteriores análises em programas avançados de análise estatística. As atividades práticas propostas compreendem as seguintes fases: a) coleta de dados, b) codificação, c) segmentação manual, d) extração de dados, e) segmentação automática, correção de segmentação e obtenção de medidas de parâmetros acústicos por meio da aplicação de scripts criados pelos Prof. Dr. Albert Rilliard e Prof. Dr. Daniel Hirst, d) organização de dados em planilhas do programa Excel. Ao final do minicurso, os instrumentos deverão estar aptos a realizar os procedimentos necessários ao desenvolvimento de um trabalho de análise acústica utilizando o programa Praat e alguns scripts essenciais para o tratamento de dados de fala.

Palavras-chave: Tratamento de dados. Análise acústica. Programa Praat.

MC04: Introdução ao R para Linguistas: Curso de Livia Oushiro (2017. Version 1.0.0)
Prof.ª Dr.ª Regina Célia Fernandes Cruz (UFPA/CNPq)
Prof.ª Me. Nair Daiane de Souza Sauaia Vansiler (UFPA/PPGL)
Prof.ª Me. Suzana Espírito Santo (UFPA/PPGL)

Apresentar a plataforma R e suas potencialidades através do Curso on-line desenvolvido por Lívia Oushiro (UNICAMP) como uma ferramenta à necessidade dos estudos linguísticos em lidar com o tratamento quantitativo de dados empíricos por meio de métodos adequados de coleta e tratamento de dados. O objetivo deste minicurso é introduzir o pesquisador à prática de análises estatísticas na plataforma R, um programa gratuito que viabiliza a realização de diversos tipos de análises estatísticas e maior flexibilidade no tratamento de dados. Serão apresentados os fundamentos dessa linguagem de programação, bem como noções básicas de estatística descritiva. Os participantes deverão trazer um laptop e ter instalados certos programas e materiais, a ser divulgados aos inscritos antes do período do minicurso.

Palavras-chave: linguagem r, estatística para linguistas, tratamento de dados.

MC05: Línguas Indígenas em Contato com o Português: contribuições da Dialetologia Pluridimensional e Relacional para o traçar do perfil sociolinguístico e linguístico do português falado por indígenas do Brasil
Prof.ª Dr.ª Ana Suelly Arruda Câmara Cabral (UnB/LALLI)
Prof. Dr. Regis da Cunha Guedes (UFRA/GeoLinTerm)
Prof.ª Dr.ª Eliane Oliveira da Costa (GeoLinTerm/UEPA)
(Cancelado)

O minicurso tratará das contribuições da Dialetologia Pluridimensional e Relacional proposta por Thun (1998) e Radtke e Thun (1999), cujo ponto de vista conjuga os eixos horizontal (diatópico), privilegiado pela Dialetologia monodimensional tradicional, e vertical (diastrático), sustentado pela Sociolinguística, da variação linguística, para as pesquisas dialetológicas e para o traçar de perfis sociolinguísticos de falantes do Português pertencentes a comunidades indígenas falantes de suas respectivas línguas nativas. Será mostrada a importância e o diferencial dos princípios e procedimentos desse modelo teórico-metodológico no mapeamento sociolinguístico desses falantes de línguas autóctones que têm vivenciado, ao longo de uma história de contato de mais de 400 anos, como é o caso dos Guajajára (Bettendorff, 1990), ou de uma história de contato de 70 anos, como é o caso dos Asuriní do Tocantins, situações diferenciadas de contato, caracterizadas por interferências bilaterais, seja nas línguas originais seja no português adotado por esses falantes, além de interferências no português regional. À apresentação dos princípios epistemológicos que subjazem o modelo teórico da Dialetologia Pluridimensional e os impactos de sua aplicação no conhecimento de aspectos importantes dos resultados linguísticos do contato de línguas, será associada a apresentação e discussão de pesquisas já realizados no âmbito do Atlas Linguístico Sonoro do Pará – ALiSPA (UFPA) e do Atlas Léxico Sonoro do Pará – ALeSPA (UFPA), e suas respectivas contribuições para o avanço dos estudos dialetológicos e sociolinguísticos do português brasileiro, que agora inclui o português de contato dos povos indígenas do Brasil.

Palavras-chave: Dialetologia Pluridimensional e Relacional. Povos Indígenas. Português de Contato.

MC06: Propostas de ensino integradas e o trabalho com a tríade em prol das aprendizagens na Educação Básica.
Profa Drª Isabel Cristina França dos S. Rodrigues (IEMCI/UFPA)
Profa Drª Francisca Maria Carvalho (IEMCI/UFPA)
Profa Ma. Andréa Cozzi (IEMCI/UFPA)
(Cancelado)

A Formação docente mobiliza diferentes saberes que precisam ser considerados lavando em consideração os diferentes públicos atendidos na região Amazônica. Nesse sentido, a tríade: oralidade, leitura e escrita engendra também a diversidade cultural que permeia os espaços formais e não-formais de ensino. Nesse sentido, é relevante termos propostas de ensino que envolvam possibilidades de atividades que integrem as diferentes áreas do conhecimento em prol da tríade que pode favorecer o processo de ensino-aprendizagem. Por conta disso, o objetivo deste minicurso é analisar e discutir propostas de ensino integradas que mobilizem saberes dos povos tradicionais nos diálogos com as diferentes culturas no sentido de promoverem as aprendizagens dos sujeitos levando em conta suas trajetórias nas comunidades e na zona metropolitana.

Palavras-chave: Propostas de ensino; Formação docente; Tríade; Diversidade cultural.

MC07: INTRODUÇÃO À FRASEOLOGIA: METENDO A MÃO NA MASSA.
Carlene Ferreira Nunes Salvador (SEDUC/UEPA)
Davi Pereira de Souza (SEDUC/UEPA)

A variedade fraseológica presente nas diversas esferas da vida cotidiana, ao mesmo tempo em que revela a possibilidade de uso de expressões cristalizadas na língua, evidencia a criatividade dos falantes em fazer uso de unidades polilexicais que apresentam sentido restrito, em situações específicas. Exemplos como tamu junto, usado com o sentido de estabelecer parceria entre os interlocutores, e levar o farelo, no sentido de morrer ou dar-se mal em alguma situação, ilustram que, em ambos os casos, só é possível o entendimento da ideia expressa quando se observa o conjunto, o sentido global desses fraseologismos. Nesse contexto, o objetivo deste minicurso consiste em apresentar à comunidade acadêmica e ao público em geral os pressupostos da área fraseológica, no que diz respeito ao campo investigativo, ao fenômeno e ao mecanismo linguístico por meio do qual ele se realiza nas línguas naturais. Para tanto, durante a realização dessa atividade serão abordados os princípios que norteiam o entendimento da área fraseológica, tal qual concebida por Bally (1909) e Ortiz Alvarez (2000), e as relações que permeiam o fenômeno, os fraseologismos, conforme a orientação da vertente francesa, particularmente os estudos de Mejri (1997, 2012). Para o autor tunisiano, as propriedades básicas que caracterizam os fraseologismos, permitindo diferenciá-los de combinações “livres”, são polilexicalidade, fixidez, congruência, frequência, previsibilidade e idiomaticidade, a partir das quais é possível caracterizar e eleger a tipologia fraseológica em colocações, semi cristalizados e cristalizados, dentre outras possibilidades. Assim, mesmo sabendo que a rapadura é doce, mas não é mole, vamos descascar esse abacaxi e meter a mão na massa!

Palavras-chave: Fraseologia; Introdução; Fraseologismo; Propriedades; Tipologia